Porque a vida é feita disso mesmo de encontros mais ou menos planeados ou até inesperados, baseados na incerteza de um resultado e centrados apenas na vivência de um momento, que resulta de uma empatia invulgar, que une a facção psicológica à atracção física.
No escuro de uma sala de cinema, vagueando pela praia durante os últimos raios de sol ou numa viagem sem destino, trocam-se palavras, olhares, beijos e ilusões… A conversa caminha entre preocupações de interesse relativo, mas naquele momento elevados a interesse nacional. A paixão vai evoluindo, a chama torna-se mais forte, enquanto experimentamos algo que já pensamos, erradamente, ter vivido noutras páginas. Porque apesar de haver momentos idênticos todos são diferentes, num pormenor, num sorriso, num sentimento…
A certa altura este jogo de palavras e imagens torna-se num labirinto de desconfianças, precipitações e hesitações. Um vento frio encarrega-se de apagar a chama do afecto ficando no ar o fumo da paixão. A pele arrepiada e um brilho nos olhos inflamados disfarçam por tempos a tristeza de um desencontro que por horas, dias, meses ou ate anos foi um lúcido encontro…