À medida que a sala vai começando a ficar preenchida os lugares vão ganhando vida, as pessoas dividem-se entre mandar mensagens por telemóvel, conversar sobre tudo e nada, outros ainda se encontram na fila da bilheteira tentando a sorte nos últimos papelinhos mágicos que dão acesso a esta sala de espectáculos e à peça do momento.
Nos camarins o nervosismo dá um ar da sua graça, alguém grita merda, ouvem-se as doze badaladas, que não são mais do que as pancadas de "Moliére", na sala as luzes apagam-se , do sistema de som alguém pede para desligar telemóveis e "pace makers", o silencio domina, o pano de palco sobe, a peça começa.
Aos poucos os actores vão entrando em cena, entre diálogos e efeitos cénicos a peça decorre a um ritmo impressionante conseguindo captar a atenção do espectador mais distraído, o cenário baseia-se numa tela branca onde são projectadas inúmeras imagens entre elas uma de fogo de artificio. O "guarda-roupa" é variado e o argumento "soft", uma comédia adaptada aos novos tempos com uma ou outra "deixa" de suspense...
A base do dialogo são os momentos e as situações vividas por cada uma das personagens ao longo dos últimos trezentos e sessenta e cinco dias. No final, ao ritmo de um som frenético, todos agarram uma "flute" de champanhe ou uma lata de cerveja, entre charutos e cigarros uns batem em panelas e outros comem "passas".
O pano de palco baixou, o espectáculo foi interrompido e os aplausos perduram por vários minutos... Os actores dividem-se entre "obrigados" e algumas vénias.
"And The Show Must Go On!"