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Women`s Confessions













Chegaste tarde, já estava com a cabeça na almofada e com os olhos quase fechados.
Colocaste o teu braço nas minhas costas e começaste a sussurrar no teu tom de voz melódico, palavras difíceis de acreditar, situações complicadas de se realizarem...

Deixaste o maço de Marlboro na cómoda, puseste o telemóvel em silêncio e começaste a despir-te. Quando entraste na cama o teu corpo frio estava impregnado de um perfume de uma qualquer mulher que não eu..
Na manha seguinte seguinte, acordei cedo apressei-me no duche, bebi um sumo de laranja a correr, agarrei nas chaves do carro que estavam no "hall" e parti para o emprego.

Apesar de estarmos em pleno Inverno, estava um sol esplendoroso e um clima relativamente ameno para a época. Entre as curvas e rectas daquela estrada sobre o mar, ao som de Michael Buble, comecei a questionar-me sobre o sentido daquela relação, cada vez mais metódica e menos surpreendente. Tenho de arrumar detalhes e acreditar que o romantismo ainda existe e não está absurdo nem em desuso...
Aprecio uma boa conversa... gosto de passear ao fim de uma tarde quente de verão, numa praia qualquer encostada nos teus ombros a ver o pôr-do-sol... de um jantar prolongado a meia luz acompanhado por um vinho branco bem fresco, quase gelado... de fechar os olhos e deixar que tu me guies até ao nosso destino, até ao teu refugio... gosto de cabelos ao vento e de viajar algures por uma qualquer cidade cosmopolita da Europa.
Deixo-me embalar pelas águas tranquilas e doces que reflectem o nosso olhar. Enfim, são apenas e só segmentos de vida, que gostava deixassem de ser tópicos para o guião de um qualquer filme do George Clooney em pré-reforma.
Não passa de hoje, vamos ter uma conversa definitiva a última, vou deixar os sonhos e enfrentar a realidade tal como ela é... indiferente aquilo que gostava que fosse...
Fim de semana, o inicio de outro capitulo que vou começar a escrever numa folha em branco.
A conversa que tivemos não foi fácil... demorei imenso tempo para ganhar coragem para a ter, não podia adiar mais, todas as palavras que me disseste soavam a falso, sentimentos fora de prazo e de contexto. Mas não vou esquecer os pequenos grandes momentos que passamos juntos e aquilo que partilhamos, mas tudo tem o seu tempo e o nosso já terminado há algum, apenas estava a tentar adiar o inadiável.
Quando finalmente entrei em casa, soube-me melhor que nunca descalçar-me, despir-me e ficar a brincar com a espuma num prolongado banho de imersão. Depois de jantar fui directa para a cama, estava a precisar de descansar, esta semana tinha sido super cansativa e sentia-me exausta.
No meio dos lençóis, na escuridão do meu quarto e no silêncio daquele momento, fechei suavemente os olhos e adormeci, afinal amanhã é um novo dia...

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