Será que fazemos aquilo que sentimos?!
Será que pensamos naquilo que fazemos?!
E porque é que nos apaixonamos por aquilo que o coração inventou?!
Será que sofremos por uma pessoa que não merecemos?!
Pois é, a vida está repleta de incertezas, de perguntas sem respostas e acima de tudo de dúvidas!
E as certezas quando existem desaparecem há velocidade do fumo de um cigarro… Porque tudo é esporádico e momentâneo, é verdade por mais que nos custe acreditar nada é para sempre e ninguém é de ninguém… tudo isto pode-se traduzir num olhar inflamado de sentimentos que são avessos há razão e no fundo fazemos tudo para ficar mais perto…
Questionar é crescer e desenvolver os princípios pelos quais nos orientamos na perplexidade da vida.
E pela madrugada dentro enquanto a chuva e o vento ensaiam uma ópera nova num “plateau” bucólico, entramos no carro e percorremos uma estrada rústica, algures no meio da escuridão seguindo o cheiro a pão quente…
Voltamos a casa e entre um copo de tinto e um pedaço de broa, junto á lareira, acendo um cigarro, fecho os olhos e oiço a chuva forte a bater nas vidraças.
A dúvida traduz-se numa hesitação de pensamento acompanhado de um sentimento de instabilidade e inquietação, inspirado no desejo de alcançar progressivamente um objectivo mais ou menos delineado. Por vezes as razões para crer, mostram-se demasiado frágeis para merecer uma decisão firme, sendo quase impossível conservar a limpidez de espírito, senão permanecendo a mesma inacessível a certas tempestades.
Ao longo das varias etapas que vamos percorrendo temos de tomar certas e determinadas decisões que por sua vez implicam escolhas, essas mesmo têm de ser ponderadas, de maneira a apercebemo-nos com maior ou menor exactidão das consequências que aquela decisão implicou positiva ou negativamente, ao mesmo tempo á que ter em conta que na maioria das ocasiões somos nós que temos o controle sobre a forma como vamos escrever a nossa própria novela, mesmo que as decisões anteriores tenham sido absolutamente equivocadas. Estas acepções podem ser traduzidas na escolha de um curso, de um emprego, na compra de um imóvel, em investimentos, numa relação etc… são inúmeras as situações possíveis e imagináveis!
Em alternativa podemos não pensar muito na situação (ate porque pensar em demasia, faz mal!) e deixar que a decisão surja enquanto aproveitamos ao máximo aquela brisa de verão numa tarde ainda com sabor primaveril!
A dúvida é uma etapa provisória a vencer, para atingir convicções esclarecidas e profundas as quais designamos por certezas!
E quando dás por ti estás num cais, junto a uma barragem, deitado numa cama de madeira, rodeado de pensamentos perversos, numa casa que seria um excelente cenário para a rodagem de um filme romântico, num dia que supostamente é santo…
Castelo de Bode, sexta-feira, 21 de Março 2008