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Chuva da Vida















Entre a realidade e a ficção, fecho os olhos e viajo até uma aldeola perdida nos confins dos limites do Douro, não se vê vivalma só casebres de granito num daqueles dias de chuva intensa, aquela que não dá tréguas a ninguém!Ouve-se o ladrar de um cão que ecoa por todo lado, eu continuo o meu caminho, apesar de não saber ao certo para onde vou, pela rua da Igreja é que não vou, porque eu vivo a evolução, de preferência ao som de um samba, em especial aquele que um dia esse génio da língua portuguesa, Vinicius escreveu; “Mas que nada Sai da minha frente Que eu quero passar Pois o samba está animado O que eu quero é sambar Este samba que é misto de maracatu É samba de preto velho Samba de preto tu” .
O cão não para de ladrar e o sino começa a tocar num misticismo de ruralidade de vidas que nunca foram interrogadas, apenas serenamente vividas num Olimpo ainda e sempre desconhecido. O sino continua a tocar, pancadas cada vez mais lentas, profundas e graves, num tom monocórdico e repetitivo. Sinto mais longe o passado, a saudade essa sinto mais perto, é o sossego da razão, aquela que vive o presente com mais ou menos emoção. É como estar dentro de uma pele comprada em segunda mão, talvez um pouco curta nas mangas, (mas não se pode ter tudo) acho que tem haver com a forma como andas que te perde e seduz…

Enquanto isso a chuva ruma a outras paragens, o sino deixa de tocar, tu continuas a sambar por essas ruas seculares cheias de tristezas, magoas, alegrias e segredos. Riste de tudo o que te rodeia e também de ti próprio (saber rir de nós próprios é uma excelente virtude, porque a vida é uma peça completa; com cenas de drama, comédia e acção há de tudo para todos gostos!). Um raio de sol é motivo para eu acordar, logo agora que estava tão bem a sonhar, é tempo de levantar e continuar a vaguear algures entre a realidade e a ficção…

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